Sentença de Diddy deve ser divulgada nesta sexta-feira: veja o que você precisa saber

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Sean ‘Diddy’ Combs em foto de 2017, em Nova York.
Lucas Jackson/Reuters
A audiência do caso envolvendo rapper e executivo Sean “Diddy” Combs acontece nesta sexta-feira (3), em um tribunal de Nova York (EUA). Em julho, ele foi condenado por duas das cinco acusações que enfrentava. O músico foi considerado culpado do crime de transporte para fins de prostituição, mas declarado inocente das acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração para extorsão.
Preso desde setembro de 2024, ele solicitou libertação sob fiança, mas todos os pedidos foram negados pela Justiça americana.
As penas dos crimes pelos quais Diddy foi condenado ainda não foram definidas, mas podem chegar a 20 anos de prisão. É isso que será discutido nessa audiência que se inicia.
Veja acusações pelas quais Diddy foi julgado neste ano, assim como seus vereditos e possíveis penas:
Conspiração para extorsão (acusado de operar uma empresa criminosa que facilitava tráfico sexual, distribuição de drogas, coerção e violência) – Diddy foi considerado inocente
Tráfico sexual por meio de força, fraude ou coerção (caso envolvendo Cassie Ventura, ex-namorada do artista) – Diddy foi considerado inocente
Transporte com fins de prostituição (caso envolvendo Cassie Ventura) – Diddy foi considerado culpado (pena pode chegar a 10 anos de prisão)
Tráfico sexual por meio de força, fraude ou coerção (caso envolvendo Jane) – Diddy foi considerado inocente
Transporte com fins de prostituição (caso envolvendo Jane) – Diddy foi considerado culpado (pena pode chegar a 10 anos de prisão)
O que esperar da sentença
Especialistas jurídicos disseram à Forbes americana que Diddy pode enfrentar cerca de cinco ou mais anos atrás das grades. O ex-promotor federal Mark Chutkow afirmou que “não ficaria surpreso” se o músico recebesse “algo em torno de cinco a sete anos” de prisão.
A promotoria defende que Diddy receba uma pena de prisão de pelo menos a 11 anos e três meses.
Os promotores argumentam que, embora Diddy não possa ser punido por crimes dos quais foi absolvido, o tribunal deveria “levar em conta a maneira como ele cometeu” os crimes de prostituição. Também alegam que, durante o julgamento, o rapper admitiu cometer “violência, abuso doméstico, uso e distribuição de drogas e suborno”.
Os advogados de Combs, no entanto, solicitam uma sentença mais leve, de apenas 14 meses. Argumentam que a condenação pelo transporte para fins de prostituição é inadequada, visto que o magnata não obteve lucro pessoal com os atos.
Diddy condenado
16 de setembro – Sean ‘Diddy’ Combs foi preso. Ele é alvo de processos por tráfico sexual e agressão.
Mark Von Holden/Invision/AP
No fim do julgamento em julho, Diddy chegou ao tribunal usando um suéter amarelo, camisa branca, calça cinza e carregando um livro de pensamentos positivos. O rapper permaneceu o tempo todo olhando para baixo e com as mãos em prece. Atrás do cantor, estavam sua mãe e os filhos.
Pouco antes de decisão, o advogado Brian Steele segurou mão dele e o tranquilizou. Quando o veredito sobre a primeira acusação (conspiração para extorsão) foi anunciado, Diddy colocou a cabeça entre as mãos.
Mesmo não sendo totalmente inocentado, Diddy comemorou o resultado, pois foi quase o melhor que ele poderia esperar dada a gravidade do caso.
O que foi julgado
Diddy foi considerado inocente de acusações mais graves; entenda o caso
Além de rapper, Diddy é um poderoso executivo. Dono do selo Bad Boy Records e de outras empresas, ele revelou astros como Usher, Mary J. Blige e Notorious B.I.G. Sua influência no mercado musical é tão grande que ele chegou a ser descrito pela revista americana “Time” como “o homem mais onipresente do hip-hop”.
Segundo o processo movido contra ele, Diddy teria usado esse poder de magnata para abusar, ameaçar e coagir várias pessoas ao seu redor, sobretudo mulheres. Esse comportamento teria durado mais de duas décadas.
Testemunhas alegaram que ele usou seu império empresarial como uma estrutura de extorsão para permitir e ocultar esses e outros crimes.
Os advogados de Diddy argumentam que, na verdade, ele foi vítima de um “processo excessivamente zeloso” que teria distorcido seu uso recreativo de drogas e estilo de vida swinger.
Os casos analisados abrangem o período de aproximadamente 2004 a 2024.
Como Diddy se tornou alvo
Cassie e Diddy no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, em 2015
Charles Sykes/Invision/AP
A imagem do rapper começou a ruir no fim de 2023. A cantora Cassie, que é ex-namorada de Diddy, o acusou de submetê-la a coerção física, droga e estupro nos chamados “freak offs”, uma espécie de maratona sexual promovida pelo rapper — movida a uso de entorpecentes e com dias de duração.
Horas depois de abrir o processo, Cassie voltou atrás, após selar um acordo com o músico. Ainda assim, o processo motivou outras pessoas a apresentarem denúncias contra Diddy — a maioria dos casos não foi julgada.
Desde então, ele se tornou alvo de várias ações civis que o caracterizam como um “predador sexual violento”. Em março de 2024, duas luxuosas mansões do rapper foram alvo de buscas por agentes federais. Dois meses depois, veio a público um vídeo em que ele aparece agredindo Cassie.
Nas imagens, o rapper arrasta a então namorada pelos cabelos, enquanto ela tenta fugir. A gravação foi feita por uma câmera de segurança de um hotel de Los Angeles, em 5 de março de 2016.
Quatro meses após o vazamento do vídeo, Diddy foi preso no hotel Park Hyatt, na Rua 57, em Nova York. A prisão ocorreu sob a suspeita de associação ilícita, tráfico sexual e transporte para prostituição.
O caso começou a ser julgado em maio de 2025. O veredito foi anunciado nesta semana.
Como foi o julgamento para quem o acusou
Ilustração do julgamento de Diddy, em maio de 2025
Elizabeth Williams/AP
Durante o julgamento do caso, a promotoria alegou principalmente que Diddy “repetidamente forçou, ameaçou e manipulou” suas ex-namoradas Cassie e “Jane” — esta última, uma testemunha sob pseudônimo. Ele teria obrigado ambas a “fazer sexo com acompanhantes para seu próprio entretenimento”.
Cassie prestou depoimento por quatro dias. Ela afirmou que, durante seu namoro com o músico, ele controlava todos os aspectos de sua vida: pagava seu aluguel, carro e telefone.
A cantora descreveu diversos episódios de violência. Entre os relatos, estão agressões como corte de sobrancelha, chute na cabeça e estupro. Chorando, Cassie afirmou que a relação causou tantos traumas que, dois anos atrás, ela pensou em se matar.
Jane afirmou que, na época de seu namoro com Diddy, ele a pressionava a transar com outros homens enquanto os observava. Também disse que ele ignorava seus “sutis sinais” de incômodo — caretas e relatos de dor, cansaço e fome.
“O réu usou poder, violência e medo para conseguir o que queria”, disse a promotora Christy Slavik na fase final do julgamento. “Ele achava que sua fama, riqueza e poder o colocavam acima da lei.”
Outras alegações indicaram que Diddy sequestrou um de seus funcionários, incendiou um carro, ordenou trabalhos forçados e subornou um agente de segurança — além de ter cometido outros “crimes brutais”, conforme argumentou a promotoria durante o processo.
Como foi o julgamento para Diddy
Ilustração mostra Sean ‘Diddy’ Combs em tribunal durante julgamento
Reprodução/Reuters
Diddy não quis prestar depoimento. Sua defesa o retratou como vítima de um processo excessivamente zeloso que distorceu seu uso recreativo de drogas e seu estilo de vida swinger.
“Alguma testemunha subiu ao banco das testemunhas e disse que ‘sim, que eu fazia parte de uma organização criminosa — que eu me envolvia em associação’?”, questionou o advogado, respondendo ele próprio: “Não”, afirmou Marc Agnifilo.
Referindo-se aos processos movidos pelas acusadoras de Diddy, ele declarou: “Não se trata de crime. Trata-se de dinheiro. Trata-se de dinheiro.”
Ao falar sobre suas ex-namoradas, a defesa também alegou que ambas teriam levado voluntariamente profissionais do sexo para as relações.
De modo geral, os advogados de Diddy minimizaram o julgamento e classificaram as acusações como fruto da imaginação da promotoria.
Quem é Sean Diddy Combs?
GIF – Festas milionárias de P. Diddy eram frequentadas por famosos como Donald Trump, Leonardo DiCaprio, Beyoncé, Jay-Z e Will Smith
TV Globo/Reprodução
Popularmente conhecido como Diddy ou Puff Daddy, seu nome verdadeiro é Sean John Combs. Hoje com 54 anos, o músico nasceu em 4 de novembro de 1969, no bairro do Harlem, na cidade de Nova York, nos EUA. Ele foi criado pela mãe, após seu pai ser assassinado em 1972.
Sean cursou administração na Universidade de Howard. Ficou famoso como rapper e executivo musical — um dos mais imponentes desse mercado.
Produtor de astros como The Notorious B.I.G, Diddy é considerado um dos nomes responsáveis pela transformação do hip-hop de um movimento de rua para um gênero musical hiperpopular e de importância e sucesso globais.
Ele começou no setor musical como estagiário, em 1990, na Uptown Records, uma das gravadoras mais famosas dos EUA, e onde se destacou de forma meteórica e chegou a se tornar diretor. Em 1994, fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records.
Um de seus álbuns mais famosos, “No Way Out”, de 1997, rendeu a Diddy o Grammy de melhor álbum de rap. Principalmente depois do estouro com a música, Diddy fez ainda mais fortuna com empreendimentos do setor de bebidas alcoólicas e da indústria da moda, principalmente.
Ele também foi produtor de inúmeros artistas de sucesso e está por trás de grandes hits cantados por famosos. Muita gente, inclusive, o vê mais como um produtor e empresário do que como um músico.
A reação de P. Diddy após veredito

Fonte: G1 Entretenimento